quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

A frase do Serra, a verdade sobre as eleições e os Royalties do Petróleo


O Serra não só perdeu a eleição como também deu à oposição o maior argumento para ser usado na próxima campanha.


Eu não tenho dúvidas de que veremos e ouviremos na próxima eleição para o governo de São Paulo a reprodução da fala do José Serra: "a alternância no poder faz bem para a Democracia", é tudo o que o PT quer para São Paulo.


Não sei porque pensar assim, afinal, uma das frases mais ditas no mundo é: "em time que está ganhando não se mexe". Não que eu achasse que o governo Lula estivesse ganhando, mas a maioria dos que votaram acharam que sim. Não a maioria dos eleitores, já que o número de abstenções foi de 21,5% e se verificarmos o percentual de votos da Dilma em relação ao número total de eleitores, ela teve 41,05% dos votos, já que somos 135.804.443 eleitores e ela teve 55.752.529 votos. Mas isso já é passado, o que eu gostaria que alguém me respondesse é o seguinte: Se o governador de São Paulo fosse petista, a Petrobras acharia petróleo aqui em Santos ou continuaria achando apenas na bacia de Santos, mas na parte que é do Rio de Janeiro? Os royalties vão pra lá!


Fico imaginando como deve ser a conversa entre os responsáveis pelas perfurações dos poços e seus "comandantes petistas": "Senhor, encontramos petróleo na posição: latitude 45SP, longitude 45SP", e a resposta do outro lado: "façam um desvio de menos 32 e vão para: latidude 13RJ, longitude 13RJ, câmbio, desligo!". É lógico que estou brincando, mas é estranho como as grandes descobertas só são feitas na área "carioca". Pô, o mar é território nacional!


E se não mudaram ainda a legislação sobre os royalties, vamos fazer uns furinhos aqui do lado de São Paulo também, a população agradece!

LRDantas

dantas1503@yahoo.com.br

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Porrada, porrada!

Professores: "Até quando você vai levando porrada, porrada? Até quando vai ficar sem fazer nada? Até quando você vai levando porrada, porrada? Até quando vai ser saco de pancada?".
O trecho desta música do Gabriel O Pensador serve como uma luva em diversas situações e, infelizmente, hoje serei obrigado a utilizá-lo para falar sobre a situação dos professores.
Eu tenho esperança de que algum dia o trabalho desses profissionais venha a ser reconhecido e de que eles passem a receber um salário digno que lhes permita ter uma jornada de trabalho menos estressante. Para quem não sabe, boa parte dos professores trabalha manhã, tarde e noite, e para conseguir ter algum aumento salarial, na forma de gratificação, eles têm ainda que fazer cursos aos finais de semana. Professor não precisa viver?
O problema é que o salário base de um professor da rede municipal da cidade Araras, com carga de 30 horas semanais, é de aproximadamente R$ 1 mil (20 % menor do que o salário pago aos "marronzinhos" - nada contra eles - deve ser uma questão de prioridades; afinal, os marronzinhos dão lucro, já os professores...), e se você acha isso uma agressão, saiba que eles sofrem agressões piores.
Recentemente um fato ocorrido dentro de uma das escolas do nosso município chamou a minha atenção. Uma professora foi agredida por uma mãe de aluno - agredida fisicamente - e não teve o devido amparo da nossa Secretaria da Educação.
Veja bem, se começarmos a achar que existem argumentos que justifiquem uma agressão, é o fim! Não podemos, em hipótese alguma, permitir isso, pois estaríamos voltando à pré-história. Espero que nossos Homo-sapiens que estão no comando entendam isso. E bem no momento em que os legisladores brasileiros estão discutindo uma lei que proibirá até os famosos "tapinhas" dados pelos pais, em Araras temos um acontecimento desse?! Só falta falar "não bata no seu filho, vá para escola e bata na professora dele", piada!
Professores já são humilhados demais, menosprezados demais, desrespeitados demais..., basta!
Outra coisa, parem de dizer que "a educação é a menina dos meus olhos", pois pelo visto ela já está gorda, velha e com cataratas! Gorda, basta olhar para a Secretaria "inchada"; velha, pois os anos passaram e... com cataratas, difícil de enxergar. Entendam uma coisa: "os professores esperam por mais ações e menos discursos, então... ajam!".
Para terminar, só mais uma coisa. Diversas prefeituras da nossa região têm pago o bônus para os seus professores, mas Araras nunca! Parodiando a frase mais usada em discursos políticos, pelo visto a educação em Araras está mais para "a mina dos meus olhos".
LRDantas

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Falta coragem na educação

Texto que publiquei em 26/08/2004

Quando se compara resultados na qualidade de ensino da escola pública com a escola particular, esquecem de mencionar que elas envolvem realidades bem diferentes.
Não que na rede particular de ensino não exista aluno com problemas das mais diversas ordens, mas é que a Fome atinge única e exclusivamente alunos da rede pública.
Em muitas regiões do país, é na escola que a criança faz a sua principal refeição do dia. Como esperar resultados iguais em realidades tão diferentes?
Quando falamos em Brasil, a diversidade fica clara, mas o que dizer de Araras, vivemos também esta realidade?
Embora tenhamos problemas, não creio que esta justificativa caberia para a nossa cidade. Acho que a qualidade de ensino nas nossas escolas só não é melhor por falta de uma estrutura favorável, e falta de coragem para mudar o que está aí.
Gasta-se muito, mas gasta-se mal. E, enquanto os que comandam a rede particular de ensino se preocupam em ter lucro e qualidade, pois só assim continuarão a ter alunos, os que comandam a rede pública se preocupam mais com a aparência e o assistencialismo, pois acham que isto "dá votos".
Por que não pensamos na rede pública de ensino como sendo a maior rede particular existente?
Por que não investimos em material didático de qualidade, como na rede particular, para tornarmos as nossas escolas públicas mais eficientes? Afinal, o material humano pouco difere, já que grande parte dos professores da rede particular também ministram aulas na rede pública.
Por que não olhamos para a rede particular de ensino e tiramos de lá o que há de bom?
Muitas perguntas ficam sem respostas quando se fala em educação, mas quem sabe um dia, teremos coragem e ousadia e olharemos para a educação pública com os mesmos olhos que se vê a educação particular, pelo menos no que se refere à qualidade.
Quem sabe um dia, teremos através da educação, o início da verdadeira democracia.
LRDantas

Perdendo tempo

Texto que publiquei em 29/07/2004

É impressionante como gostamos de pesquisas. Há pesquisas para tudo, desde quanto tempo, em média, uma pessoa passa dentro do banheiro durante toda a sua vida, a influência da defecção das vacas, para a camada de ozônio; até o que a mulher, ou o homem, mais pensa quando está transando. Um monte de coisas de suma importância para o desenvolvimento humano, não acham?
Uma das últimas pesquisas divulgadas pela TV, dizia respeito à falta de capacidade que os alunos das escolas públicas brasileiras têm de interpretar textos simples e efetuar pequenos cálculos envolvendo as quatro operações matemáticas. Qual a surpresa? Só se surpreendeu com a pesquisa quem não quer enxergar a realidade, ou seja, as pessoas que vivem no mundo de fotografias da educação. E sabem com é, na fotografia, com uns bons retoques, até a celulite some. Lembram?
Desde o início do governo F.H.C. (que começou na verdade quando o Presidente "era" o Itamar Franco), o Ministério da Educação buscou de todas as maneiras aumentar o número de jovens nas escolas; pois bem, chegamos a índices de quase 97% dos jovens matriculados no Ensino Fundamental, um feito histórico, mas e a qualidade do ensino? Quanto a isso, só se ouvia dizer: "primeiro temos que trazer o aluno para a escola, depois...". Depois quando? Já se passou mais de uma década e continuamos perdendo tempo quando o assunto é qualidade do ensino. Outra coisa, sempre que se fala em qualidade de ensino, ou pesquisas sobre educação, só se discute duas disciplinas: Matemática e Português. Só espero que estes "pesquisadores" não pensem que o problema está só com estas disciplinas, o problema é generalizado. Fazendo uma analogia com a medicina, pode se dizer que a baixa qualidade do ensino é um câncer que atingiu todos os órgãos do corpo educacional, e como tal deveria ser tratado; ou seja, não adianta "projetinhos" de remédios aqui e ali, precisamos usar um tratamento de choque como a quimioterapia. Devemos parar de nos preocupar em manter a educação com uma "cara" bonita para sair bem em fotos, temos que deixar a vaidade de lado e ficarmos "carecas" num primeiro momento, para só então atingirmos a cura.
Esqueçamos por alguns anos os índices de aprovação, já está provado que escola com alto índice de aprovação não significa escola com qualidade de ensino. Vamos voltar a cobrar de nossos alunos conhecimento e não frequência, afinal, com os índices de desemprego que o país possui, o que irão cobrar de nossos alunos será conhecimento. Não pensem que a frequência em uma fila de desempregados garantirá emprego para alguém. Pense nisso.
LRDantas

domingo, 19 de dezembro de 2010

Cotas para negros; por que não, cotas para pobres?

Texto publicado em 12/06/2004

Dizem que negros e pardos constituem 50% da população brasileira, mas ocupam apenas 16% das vagas nas universidades. Embora até hoje não exista uma metodologia científica universal para se determinar quem é negro ou não, insistimos em fazer pesquisas que são tão subjetivas quanto os seus interesses. Afinal, entre brancos e negros há uma variedade tão grande de tons de pele que esta classificação passou a ser uma questão geográfica. Com a adoção do sistema de cotas em algumas universidades, aquela pessoa que passou a vida toda se classificando com não negro, agora passou a se auto definir negro, pois desta forma, irá competir com um número bem menor de candidatos e terá uma chance bem maior de conseguir a tão sonhada vaga.
Será que ninguém percebe que a criação de cotas para negros é o mesmo que legalizar a discriminação? Será que nem os negros percebem isso? Criar cotas para negros é o mesmo que dizer que eles não têm capacidade para competir com um "branco", e que por essa razão devem competir somente entre eles.
O que ninguém percebe é que não é o negro que é minoria nas universidades, não é o negro que não tem condições de se preparar para competir em pé de igualdade por uma vaga universitária, o pobre é que é minoria, o pobre é que não tem essas condições! Deveríamos então criar cotas para pobres, caso contrário, estaremos criando as condições para que em breve se possa ouvir afirmação do tipo: "a pior coisa que pode acontecer a um pobre, é ele ser pobre e branco", pois se fosse negro teria uma chance maior de cursar a universidade. Parece engraçado, mas não é. Posso até imaginar que aquele vestibulando "branco", pobre, que consegue nota 7,0 no vestibular, fique fora da universidade enquanto outro "negro", pobre ou não, consegue a vaga com nota 6,0. Seria um absurdo!
Em breve casais multirraciais começariam a ter predileção sobre os filhos que irão ter, e poderemos ouvir "tomara que nasça negro". O correto é que não haja a preferência, pois somos todos iguais, ou não?
Por gentileza, enxerguem: não é o negro que é minoria nas universidades, e a discriminação existe sim, mas é ao pobre.
LRDantas

A favor do psicotapa

Texto que publiquei em 05/05/2004

Houve um tempo em que os alunos respeitavam os professores, era o mesmo tempo em que os filhos respeitavam os pais, vou mais longe, um tempo em que as pessoas se respeitavam.
Então, alguém vai me dizer "os alunos respeitavam por medo", mas os filhos respeitavam por medo também? Falar sobre esse assunto sempre me faz cair em um mesmo paradigma: quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? Vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais? Respeitavam os pais porque respeitavam os professores ou respeitavam os professores porque respeitavam os pais? E no fim sempre chego a uma mesma conclusão: ambas ocorrem concomitantemente, e um dos grandes motivos que levou a esta deteriorização do respeito foi a intervenção dos psicólogos na educação. (Veja que disse motivo e não culpado).
Na década de oitenta instituiu-se uma filosofia de que o aluno tudo pode, de que os filhos tudo podem, de que as pessoas... Isso se deve, talvez, ao término de um longo período de governo militar pelo qual o país passou. E com a eleição direta veio um período de liberdade exagerada que extrapolou os direitos quando se esqueceu dos deveres.
O pais não devem bater em em seus filhos. Ninguém está aqui para defender a agressão, este nunca foi o caminho, mas hoje já se fala da necessidade de um "tapa" na hora certa, ou seja, os pais precisam entender a nova ordem psicológica: um "psicotapa" na hora certa também educa.
E por gentileza pais, re-aprendam a dizer não!
LRDantas

Ensino "Pai-de-Santo"

Há algum tempo vinculava um comercial em uma rádio, no qual um jovem arrotava próximo a uma senhora que lhe dizia "educação zero" e, então, ele respondia "é, mais saúde 10, média 5, passei!". Usarei este comercial desagradável para ilustrar uma situação real que também não é nada agradável.
Hoje nas escolas estaduais e municipais o uso de uma prática lamentável está acabando com o ensino; é a já famosa situação "avaliação zero, trabalho 10, média 5... passou!". Quando um aluno faz uma avaliação ele já não se preocupa mais em saber o quanto tirou, a pergunta que se segue a uma avaliação geralmente é "o fessor vai dá um trabainho pra ajudá na nota?". Instituiu-se o ensino "pai-de-santo", só na base de "trabalho".
Dizem, os que nunca ministraram aulas, que se a maioria de uma turma vai mal o culpado é o professor. Será? Chegamos em um ponto em que o professor tem mais medo de registrar notas vermelhas do que os alunos têm de tirá-las.
Eu sei que a avaliação escrita é apenas um dos instrumentos a serem usados diante da verdadeira avaliação, que é global, mas a pressão que se faz sobre os professores para que os alunos passem, não se importando como, está fazendo com que estes usem de métodos de avaliação cada vez mais absurdos para que e consiga uma maioria de alunos com média.
Coisas do tipo: se o aluno estiver com o caderno em ordem, ou seja, copiar a matéria (o que nada mais é do que a sua obrigação), ele tem 10 de caderno. Se ele tem frequência e ficar quieto durante as aulas - não importa se desta forma ele não participe das aulas, o que importa é o silêncio - ele tem 10 de participação. Somando-se a estes os famosos "trabalhinhos", teremos o objetivo alcançado: "média 5, passou!".
Eu aprendi cedo na vida que só damos valor às coisas que batalhamos para conseguir. Por que um aluno iria se preocupar em estudar se ele sabe que irão fazer de tudo para que ele fique com média, por que ele daria valor aos estudos?
Alguns professores dirão: "a vida se encarregará deles". O problema e que a maioria desses alunos, não têm maturidade para saberem e perceberem o erro que estão cometendo. Cabe a nós fazermos algo.
No ensino médio os professores ainda têm o instrumento da retenção, mas eles se comportam como se estivessem no sistema de progressão continuada. Ocorre aqui um incrível paradoxo, os professores reclamam por não poderem mais reprovar o aluno no ensino fundamental, porém eles não usam este instrumento no ensino médio. Talvez seja o "bônus", que leva em consideração o número de alunos retidos, o responsável por tudo isso. Até parece que os professores têm medo de reprovar aluno, e isto é lamentável, pois os alunos já perceberam e não têm mais medo, afinal eles sabem que irão passar. A culpa é de quem?
LRDantas