sábado, 26 de fevereiro de 2011

Esclarecimento e pedido aos senhores vereadores

            Recentemente os nossos ilustríssimos representantes aprovaram a criação de mais cargos para satisfazerem às suas necessidades.      Agora, além do assessor, com salário de R$ 1.170,00, terão, também, o chefe de gabinete, que receberá R$  2.175,00.            A justificativa dada para a diferença entre os salários, foi que: “os novos deverão possuir nível superior, por isso não poderão ganhar menos”.          Senhores vereadores, realmente vocês precisam de menos assessores e de mais conhecimento da realidade, pois os professores do nosso município têm “nível superior” e não ganham isso!   E ainda tiveram que prestar concurso para ocuparem o cargo.    Mas e aí,como será a ocupação dessas vagas para chefe de gabinete?
            Uma curiosidade, para quem não sabe, o cargo de vereador nos Estados Unidos – ou ocupante de função similar – não é remunerado.  Lá, quem se diz “preocupado com o bem estar da população”, faz isso de graça!  Aqui, além de ganharem muito bem, estão sempre achando um jeito para que mais pessoas próximas ganhem também.
            Não sejamos ingênuos, todos sabemos como funciona a política.    Não existe apoio por ideologia, o que existe é apoio por interesses próprios (Secretarias, Diretorias, …, cargos!).            Quem não conhece alguém que “carregou cavaletes” na última eleição e que agora está com um “carguinho” em algum lugar na prefeitura?       Ou seja, até parece que já não tem um bando de gente empregada na atual administração por intermédio de vários de vocês, então, pra que mais cargos?
            É lógico que toda regra tem exceção e parabenizo os poucos que fazem política pelas razões corretas e jamais bateram às “portas da esperança” da prefeitura ou aceitaram fazer a política da barganha, parabéns!
            Agora, voltando ao assunto, eu gostaria de pedir aos senhores, que foram tão rápidos na criação desses cargos, que propusessem uma lei estipulando um “teto mínimo” para funcionário com “nível superior”, pode ser o valor que será pago a esses novos chefes de gabinete, garanto que os professores ficarão muito felizes.  O que acham?
            Estarei esperando que algum de vocês faça a proposta, afinal, é vergonhoso como os professores nunca conseguem ter um aumento que propicie um salário digno, enquanto esses cargos, que estão sempre sendo criados, possuam uma remuneração que nós gostaríamos e mereceríamos ganhar, mas que nunca ganhamos!
            Esperarei sentado, se não se importarem, pois sei que quando se trata de fazer pelos outros, sempre: “esbarra em alguma lei”, “falta dinheiro”, “não existe apoio”, “estamos estudando a possibilidade”, “está chovendo muito”, “fez sol demais”,..., blá, blá, blá,..., blá, blá, blá,..., blá,blá,blá.

LRDantas

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

A moda agora é “terceirização”

Como a prefeitura diz “não dar conta da limpeza do entulho da cidade”, querem terceirizar esse serviço, que passaria a ser cobrado, logicamente!

Se olharmos por este prisma e formos terceirizar tudo o que a prefeitura não tem dado conta, terceirizaríamos a saúde, a educação, a (…). O que não seria tão ruim, pois, se uma empresa contratada fosse responsável pelo ensino, o que cobraríamos dela seria resultados; e, certamente, não se contrataria pessoas pela filiação partidária, pelo tamanho da igreja que a apoia ou pelo grau de amizade, já que o critério passaria a ser competência (não que nestes lugares não existam pessoas competentes, mas só nestes lugares?!).

Vejam bem: não sou totalmente contra as terceirizações, alguns Estados “terceirizaram” os seus presídios e são estes os poucos onde celular não entra, não há rebeliões, ou seja, preso fica preso! Mas tem um porém, eles não criaram nenhuma cobrança à parte por isso , pois já pagamos impostos demais.

Voltando à educação, infelizmente esta não é vista como investimento e sim como gasto. Para nossos governantes a educação tem que dar “lucro” e “se possível” resultados, o que é lamentável. Por que vocês acham que as prefeituras - assim como fez a de Araras – brigam para municipalizar o ensino? Alguém acredita que, se não viessem rios de dinheiro com a municipalização, alguma prefeitura iria querer mais essa responsabilidade, acredita?! A maioria dessas prefeituras não dava conta nem do que era de sua competência e, no entanto, quiseram “abraçar” mais isso, tudo pensando nas verbas.

É lógico que quando se fala em terceirizações alguns poderiam se perguntar do “por quê?”.

Vários estudiosos do assunto afirmam, categoricamente, que certos tipos de terceirização são a maneira mais fácil para a obtenção de “propinas”. O Ministério Público já conseguiu diversas liminares na justiça impedindo que alguns municípios fizessem isso.

Já a minha opinião sobre a terceirização da coleta de entulhos é bem simples: é um sinal claro de incompetência!

Recentemente Ronaldo “O Fenômeno” anunciou a sua aposentadoria, disse “não estar dando conta das dores do corpo”. Assim como jogador que “não dá conta” se aposenta, político que “não dá conta” poderia renunciar, afinal, não existe nem multa rescisória e com a bolinha que estão jogando... ninguém sentirá falta! Mas se forem continuar, o que acredito, façam ao menos um regime, vocês não têm hipotireoidismo, então enxuguem a máquina, as secretarias estão obesas e precisam perder alguns quilinhos. E outra coisa, “O Fenômeno” pelo menos nos deixou coisas boas na memória, já vocês, o que deixarão?

Ah, para os mais “velhos”, por favor, me escrevam para dizer se já viram a nossa cidade tão suja e mal cuidada como agora, já viram? Certamente quando faltarem seis meses para as próximas eleições, tudo ficará uma maravilha.

LRDantas

Dantas1503@yahoo.com.br

http://professor-dantas.blogspot.com/

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Falando a verdade I

Falando a verdade

Recentemente ao participar de uma reunião de professores cuja pauta era "discussões das propostas curriculares", fui “apresentado” a essa frase: “o aluno tem o direito de aprender”. Será que alguém não sabia disso??? A questão é: será que todos sabem que os professores também têm o direito de ensinar? Mas como ensinar em salas de aulas superlotadas? Como ensinar alunos que não estão comprometidos com o ensino?

Infelizmente quando os governos criam “esmolas sociais”, como o Bolsa Família, e vincula o seu recebimento à frequência escolar, cria-se alunos compromissados com a frequência e não com o aprendizado. Devemos repensar esse critério, pois estamos “dando” sem cobrar efetivamente nada em troca; talvez devêssemos atrelar o recebimento desses auxílios não à frequência, mas sim ao aprendizado.

Hoje temos alunos que não fazem nada em sala de aula, só estão lá para garantir o recebimento dessas “bolsas”. Será que eles não mudariam essa postura se lhes fossem cobrado um pouco mais do que só a frequência? Sabemos que “tudo que é fácil não se dá valor”..

É lógico que o objetivo dessas “esmolas” é o retorno político; afinal, é muito mais interessante que um grande número de pessoas recebam ao invés de um número menor, pois isso poderá virar “votos”. Quando o governo decide ampliar essa “esmola” para os jovens de dezesseis e dezessete anos que frequentem a escola (novamente “frequência” apenas), seria muita ingenuidade achar que isso não tem nada a ver com o fato desses jovens já poderem votar... Não sejamos tolos!

Para encerrar, gostaria de deixar bem claro que não sou contra esses auxílios, só estou questionando o critério usado pelos governos para garantir o seu recebimento, e só a frequência não é a melhor maneira, talvez se usassem o rendimento escolar, resolveríamos dois grandes problemas ao mesmo tempo... pensem nisso.

L.R.Dantas

dantas1503@yahoo.com.br

Falando a verdade II

“O cavalo manga-larga carrega o peso por 99 km em uma corrida de 100 km e é deixado para trás, o último quilometro é percorrido muitas vezes por um pangaré que leva toda a fama”.
Acontece algumas coisas engraçadas no nosso sistema educacional. De um lado dizem que é “antipedagógico” separar os alunos em turmas homogêneas (em outras palavras, colocar os bons com os bons, os médios com os médios...), há teses e teses defendendo esse ponto de vista. E, embora as escolas, de diversos estados, que utilizaram a separação por nível de desempenho tenham obtido os melhores resultados nos mais diversos tipos de avaliações, parece que isso não é o bastante para mudarem algumas “cabeças”.
Vamos então às incoerências geradas por essas pessoas: são contra as turmas homogêneas, mas as escolas técnicas do estado, que são citadas como as que tiveram os melhores resultados nas últimas avaliações, só são freqüentadas por quem é aprovado em um “vestibulinho”, ou seja, são alunos selecionados, grupos homogêneos! E sabe o que é injusto? É que os professores que formaram essa “elite” de alunos que foram aprovados nesses vestibulinhos não têm o seu trabalho reconhecido. O governo paga um bônus maior para os professores que “correm” o último quilometro e esquecem que alguém “carregou” aquele aluno até ali, isso não é certo, isso não é justo! Experimentem distribuir essas vagas por sorteio, quero ver se essas escolas conseguirão os mesmos resultados.
Outro absurdo é que esses professores que ministram aulas nessas escolas técnicas não são nem mesmo concursados, são escolhidos numa banca que muitas vezes se torna uma banca de amigos. É como se o concurso público onde você competiu com mais de 100 mil professores tivesse um valor menor do que uma escolha feita por uma banca com nem meia dúzia de pessoas. E a incoerência continua, pois o governo está dizendo que irá aumentar o salário dos professores de acordo com os resultados obtidos por seus alunos. É como se o professor que ministra aulas numa escola heterogênea, com turmas heterogêneas, em bairros carentes, com alto índice de criminalidade, de problemas familiares, etc., fatores que influenciam no aprendizado, fosse ele “o professor” o culpado por tudo isso. Será que ninguém vê que as escolas “normais” não trabalham com alunos selecionados assim como fazem as escolas técnicas?
Recentemente os professores das escolas técnicas receberam um aumento acima de 40%, enquanto os professores estaduais continuam na esperança (talvez devêssemos tentar a loteria, a probabilidade será maior).
Por fim gostaria de fazer um pedido aos responsáveis pelas escolas técnicas: realizem concursos para a contratação de seus professores, deem uma chance para os que carregaram o peso por 99 km de terminarem o percurso, e quem sabe um dia também serem valorizados.
L.R.Dantas
dantas1503@yahoo.com.br