sábado, 5 de março de 2011

Inclusão escolar dos portadores de necessidades especiais


           Muito se tem falado sobre a inclusão escolar, mas nem todos gostam do assunto, que é polêmico e difícil de ser tratado.
            Gostaria de deixar bem claro que as coisas que escrevo aqui expressam apenas uma reflexão minha sobre o assunto.
            Fazendo um retrocesso histórico sobre o tema: pessoas deficientes.  Na Roma Antiga, crianças deficientes eram jogadas no esgoto; nos Estados Unidos, a educação inclusiva teve início devido ao grande número de soldados que voltaram mutilados do Vietnã; a Assembléia Geral das Nações Unidas recomenda que: “quando for pedagogicamente factível, o ensino de pessoas deficientes deve acontecer dentro do sistema escolar normal”; no Brasil, a Constituição garante o atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino, já o Estatuto da Criança e do Adolescente proclama as escolas regulares como o meio mais eficaz de combate à discriminação e  a LDB 9394  aponta que a educação dos portadores de necessidades especiais deve dar-se preferencialmente na rede regular de ensino.
            Lembrando que existem vários tipos de deficientes: físico, auditivo, visual, mental,..., e acho que a inclusão não deveria ser tratada de forma igual para todos os casos, até porque o sistema regular de ensino não está preparado para lidar praticamente com nenhum deles.     Agora, partindo do pressuposto que as escolas regulares estivessem preparadas para recebê-los, a decisão de qual seria o melhor lugar para matricular o aluno, deve ser dos pais!
            Minhas dúvidas, como professor, são: Quando você tem os dentes tortos, você procura um dentista comum ou procura um ortodontista?  Quando você tem um problema no coração, você procura um clínico geral ou procura um cardiologista?       Se você for diagnosticado com câncer, irá procurar um pediatra ou procurará um oncologista?            Ou seja, se você tem um problema na coluna, você procura um ortopedista; se você tem um problema visual, procura um oftalmologista; se tiver um problema no ouvido, nariz ou garganta, você, certamente,  procurará por  um otorrinolaringologista.            O que eu estou querendo demonstrar é que os melhores resultados só são obtidos quando tratados por especialistas em suas áreas.      Salvo raras exceções, cada tipo de deficiência deve ser tratada por um especialista, ou seja, as escolas devem ser diferenciadas para melhor atender sua clientela, não serem transformadas em “modelos únicos”, onde um único tipo de escola serve para todos os tipos de pessoas.            Deveríamos pensar em criarmos escolas especializadas para cada tipo de realidade, para cada tipo de inteligência, para cada tipo deficiência, para cada tipo de comunidade,..., não irmos no sentido contrário disso.            Outra coisa, esses alunos de inclusão não são diferenciados pelo sistema, mas o governo coloca as escolas técnicas do estado como sendo as melhores, pois apresentam os melhores resultados nos mais diversos sistemas de avaliações.  O que ninguém fala é que seus alunos são selecionados, já que tiveram que passar por uma prova para conseguirem a vaga, o que as tornam escolas “para os melhores”.  Outra coisa, há algum caso de inclusão nestas escolas?           Pensem nisso.

LRDantas

Ensino retroo


            Vivemos num mundo moderno, com um sistema educacional do passado.   Os governantes gastam bilhões de reais com reforço e recuperação de alunos.             Investimos um dinheiro absurdo para que nossos jovens consigam resolver coisas como uma equação logarítmica.
            Não seria mais fácil e barato se distribuíssemos calculadoras científicas e ensinássemos os nossos alunos a usá-las?
            Estamos no século XXI, vivendo em pleno “boom tecnológico”, e ao invés de ensinarmos o que fazer com o que já foi criado, queremos que nossos alunos continuem resolvendo os problemas como se vivessem na época em que estes foram descobertos.      John Neper (século XVI), foi quem publicou as primeiras tabelas de logaritmos que permitiam a simplificação de cálculos aritméticos complicados para a época, mas que hoje podem ser feitos em segundos por qualquer calculadora que custa menos que vinte reais.
            Alguém já sofreu lá no passado para que hoje possamos ter uma vida mais fácil!
            No ensino estamos usando o forno à lenha quando já existe o micro-ondas.
            Alguns defensores deste ensino arcaico dirão que é preciso saber como se faz, etapa por etapa, para só então usufruir da Sra. Tecnologia.    É o mesmo que dizer que só se deve utilizar o automóvel, depois de se aprender como funciona toda a mecânica do motor!         Convenhamos, o que importa mesmo é saber dirigir o veículo e conseguir chegar onde se quer chegar.
            Vamos parar de ensinar coisas que não têm necessidades de se aprender.
            De que adianta o aluno perder um mês escolar para aprender a resolver - como no passado - cálculos que ele poderia fazer em segundos com a calculadora, se no final ele não souber o principal: o que fazer com aquilo?
            Deveríamos investir nosso tempo ensinando-os para que servem, quando se usam e como se usam as coisas que eles estão aprendendo. Desta forma estariam aprendendo a raciocinar ao invés de decorarem passagens e fórmulas que muitas vezes não têm o menor sentido.    Teríamos, então, aulas menos monótonas e alunos mais interessados.
            Quando vamos ousar e mudar?        Quando vamos ter um ensino condizente com o mundo moderno? Quando vamos entender que aprender os números complexos não acrescentará nada na vida dos nossos alunos e que seria muito mais importante se eles aprendessem a lidar com o cartão de crédito?!

LRDantas