sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Futebol X Educação

Texto publicado em 22/07/2004

Dizem que o Brasil é o país do futebol, mas também é o país da corrupção, da miséria, da desigualdade social, da cachaça, do turismo sexual, da exploração infantil,... pena que não sejamos o país da educação.

O brasileiro vive com uma renda mensal baixíssima e mesmo assim consegue gastar o pouco que ganha indo a estádios de futebol; não dá para entender. A riqueza que o futebol proporciona a alguns jogadores de grandes times faz com que a profissão de jogador seja objeto de sonho de muitos de nossos jovens, especialmente os mais carentes. Por esta razão, é que eu acho que o governo deveria exigir um mínimo de escolaridade para que uma pessoa se tornasse jogador de futebol. Muitas crianças com dificuldade escolar, quando o professor questiona: “sem estudar o que você quer ser na vida?”, logo ele ouve a resposta: “eu não preciso estudar, vou ser jogador de futebol”. Talvez essa ideia de que para ser jogador de futebol você não precisa de estudos exista muito em função das “besteiras” que costumamos ouvir de alguns de nossos grandes craques, coisas do tipo “nóis tamo bem trenado”, “nóis nus preparemo muito para esse jogo”, etc.

Estes jogadores não percebem que eles prestam um desserviço a educação. Afinal, como ídolos de muitas crianças, estes deveriam se preocupar em dar bons exemplos para os mesmos. Mas quando numa entrevista um jogador diz que fugia da escola para jogar futebol, ou que estudou até a 8ª série, que tipo de exemplo ele acaba dando?

Somos sim o país do futebol, mas temos que ser também o país da educação. Afinal, quantos Ronaldinhos existem? Quantos Cafús existem? Todos devem acreditar em seus sonhos, mas mantendo sempre um pé na realidade. Não se pode negar as estatísticas, e ela mostra que não é a maioria que consegue vencer nessa profissão.

Acreditemos, pois, nos estudos, já que o sonho pode ser tirado de você, mas conhecimento não!

LRDantas

dantas1503@yahoo.com.br

A França está bem mais próxima...

Imaginem essa matemática: alguém começa a trabalhar aos 16 anos, aos 51 ele terá 35 anos de contribuição... aposentadoria! Durante esse período ele pagou 11% de seu salário mensal para a previdência, o que quer dizer que em um ano ele contribuiu, já corrigido, com menos de 1 salário e meio para a sua aposentadoria. Isso significa que em 35 anos ele terá contribuído com aproximadamente 53 salários. Se fizéssemos uma conta “fria”, aproximada, sem levar algumas coisas em consideração, diríamos que ele teria uns 4 anos e meio de salários para receber (53 dividido por 12).

Agora voltemos ao nosso “jovem” de 51 anos que estaria se aposentando. A expectativa de vida atual, veja bem: ATUAL, é de 73 anos, o que quer dizer que ele teria que receber por 22 anos tendo pago o suficiente para 4 anos e meio, lembra? Essa conta não fecha! Ah, se ele for casado e vier a morrer aos 73, sua esposa – cuja expectativa de vida é maior, 77 anos – continuará recebendo, isso em pleno século XXI. As mulheres contribuem por um tempo menor e recebem por um tempo maior, e a tal da “igualdade”?

Veja bem, eu sei que existem variáveis que incrementam os números a nosso favor, os trabalhadores, mas não podemos esquecer dos milhões que nunca contribuíram e que foram “contemplados” com a aposentadoria. Afinal, é muito fácil dar dinheiro nesta país, vira voto! O problema é: quem pagará a conta?

Precisamos, como a França, de uma nova reforma da previdência. E que ela acabe com as aposentadorias especiais como a dos militares, cujas filhas não se casam e assim continuam recebendo até o fim de suas vidas ( são duas gerações se beneficiando de uma única contribuição), a dos políticos,... etc. O difícil é acreditar que quem faz as leis, faça algo que vá contra os seus próprios privilégios, afinal, nossos políticos são rápidos para aprovarem leis que os favoreçam, todos viram o que fizeram para aumentar seus próprios salários. Se nosso povo não fosse tão “pacífico”, talvez fossemos para as ruas “brigar” contra tamanha palhaçada; e a palavra é palhaçada mesmo, pois quando se trata de aumento de salário para o povo os índices são pífios, já para os nossos políticos 62%.

Uma pequena mensagem para os funcionários públicos do nosso município, existe sim a possibilidade de termos problemas sérios para recebermos nossas aposentadorias, pois, infelizmente, para um lugar tão importante como a ARAPREV, os candidatos eleitos são votados levando-se em consideração muito mais a relação de amizade do que a capacidade técnica para exercerem suas funções. Só não se esqueçam que de nada adiantará reclamar futuramente dos erros cometidos no “passado”.

LRDantas

dantas1503@yahoo.com.br