quinta-feira, 5 de abril de 2012

Discursos, práticas e abusos

     Neste período, em que só se “respira” eleições, fica difícil não sentir no ar o cheiro da hipocrisia política de alguns partidos. Quanto mais nos aproximamos de Outubro, mais somos obrigados a ouvir discursos repetidos e demagogos. Coisas do tipo “o governo do PSDB só criou pedágios” é quase uma bandeira dos oposicionistas, estou errado?
     Fiquei pensando sobre esse assunto no último mês, pois foi divulgado pela imprensa o valor repassado ao nosso município, referente ao percentual que Araras tem direito sobre a cobrança de pedágio, foram R$ 3.041.499,00 (mais de três milhões!) e não consegui deixar de relacionar os “discursos” e as “práticas” políticas. Afinal, se são tão contrários às praças de pedágios, bem que poderiam devolver esse dinheiro aos motoristas do nosso município.
   Com o novo sistema que será implantado inicialmente em nosso estado, com o qual as cobranças passarão a ser por quilômetros percorridos nas rodovias, ficará fácil identificar os seus usuários; logo, ao invés de discursos demagogos, o que acham de devolver aos usuários os valores que são repassados?
     Outro assunto que gostaria de comentar é sobre o pagamento de meio salário mínimo feito aos membros dos Conselhos Administrativos e Fiscal da ARAPREV. Sou membro do conselho municipal da educação e presidente do Conselho de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEB, e não recebo nada para exercer essas funções. O que acho justo, pois as reuniões são feitas nos horários em que eu já recebo salário como professor. Portanto, causou-me surpresa, ano passado, quando fui informado por um dos conselheiros da Araprev que, se fosse eleito, passaria a receber essa quantia para me reunir uma vez por mês, em horário de trabalho, lá na sede da Araprev.
     A Araprev, através de sua advogada, me informou que na ata de criação da entidade estão previstos esses pagamentos. Pois bem, acabo de ler a ata e ela diz: “O presidente do Conselho Administrativo do ARAPREV receberá 1 (um) salário mínimo e os demais componentes 50% (cinquenta por cento) do valor do salário mínimo vigente no país, para efeito de remuneração dos serviços prestados”.  
     “O funcionário municipal que se encontrar no exercício do cargo de Conselheiro poderá ausentar-se de sua repartição a qualquer hora de seu expediente para tratar de assuntos relativos ao funcionamento do ARAPREV, mediante comunicação ao seu superior hierárquico”.
    “Poderá” não, necessariamente, quer dizer que as reuniões devam ser feitas, TODAS, em horário de trabalho! Não vejo razões para que um servidor público seja afastado de suas funções, no mesmo horário de trabalho, e receba pelas horas não trabalhadas, ao mesmo tempo em que receberá para exercer outra função. Por que não fazem suas reuniões no período noturno?
     Nós, servidores públicos, devemos questionar essa prática, pois é o nosso dinheiro que paga esses conselheiros. Eu acho isso errado, e você?
         
LRDantas
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