terça-feira, 15 de março de 2011

A difícil posição de "vidraça"

           Acessando notícias antigas no site deste jornal, deparei-me com uma que foi publicada em 2008 e que falava sobre o resultado da votação referente ao aumento de 68% para os funcionários públicos.   Foram a favor vereadores que  fazem parte da atual câmara.   Pois bem, resolvi vasculhar mais notícias e descobri que em 2008, um dos vereadores que pertence ao partido do atual prefeito, chegou a fazer, em plenário, um discurso dizendo-se contrário ao aumento que estava sendo proposto para os seus próprios salários, que passaria de R$ 2.100,00 para R$ 3.500,00.  É lógico que o aumento foi aprovado!
            No último dia 28/02, na sessão realizada na câmara municipal, o representante da oposição sindical falou sobre o prometido aumento de 68 %, estavam presentes, dentre outros, o mesmo vereador que faz parte da atual administração e que, no passado, votou a favor do aumento, mas que desta vez, não proferiu uma palavra se quer!
            Fiquei pensando na demagogia, para não dizer hipocrisia, usada na política.         E no como é fácil ser “pedra” e difícil ser “vidraça”!
            Outro pensamento que me ocorreu foi: um vereador que faz um discurso “demagogo” mostrando sua “indignação”, seu “voto contrário” à aprovação de um aumento no seu próprio salário, será que ele devolve a diferença ou faz alguma doação com ela?
            Por quê estou falando sobre isso?
            É que no último dia 21/02, os vereadores, por unanimidade, aprovaram a criação de novos cargos para satisfazerem às suas necessidades.    E percebi que muitos ararenses se indignaram por ter sido o resultado unânime.            Mas vejam bem, que diferença faria se a votação não fosse unânime, mas o resultado fosse o mesmo, ou seja, a aprovação?
            Será que não teríamos, novamente, apenas presenciado algum vereador fazendo os famosos discursos hipócritas, do tipo: “sou contra”, “é inoportuno”,..., mas que depois desfrutaria do resultado juntamente como os demais?
            Entre a hipocrisia de discursos fajutas e a honestidade inescrupulosa de votação vergonhosa, eu prefiro a “honestidade”!  Mas e você?
            Já em relação aos 68 % de aumento, algumas indagações: Não foi uma reivindicação da oposição na época, oposição esta que hoje administra a cidade?! Então, cadê os discursos inflamados?  Cadê as explicações de que era possível? Cadê o dinheiro? Cadê o aumento?... Cadê???

LRDantas