terça-feira, 29 de março de 2011

E o lixo venceu... vamos, então, falar sobre “data-base”


            Eu já nem me surpreendo mais.         Afinal, cada dia tem uma notícia nova que me deixa mais enojado e revoltado comigo mesmo por pagar tantos impostos e por ver o meu, o seu, o nosso dinheiro, sendo tão mal utilizado.           
            A Maria Bethânia dizer que votaria na Dilma, certamente não tem nada a ver com o fato de ela ter conseguido que aprovassem um projeto que nos custará R$ 1.300.000,00 (Hum milhão e trezentos mil reais), e que, só para ela, renderá R$ 50.000,00 por mês!    E, pra que isso?    Ela se compromete a criar um blog, onde publicará, diariamente, poesias e um vídeo com duração de 1 minuto, num total de 365 vídeos no ano.       Seu blog se chamará: “O mundo precisa de poesia”, mas eu diria, antes disso, que: O Brasil precisa de vergonha na cara!
            Em Araras, a atual administração justificou que a cobrança para retirada do entulho é um projeto que foi aprovado pela administração do ex-prefeito Luiz Carlos Meneghetti.   Mas, por que será que “ele” não conseguiu eleger seu sucessor?   Foi, certamente, por essas e outras!  Ou seja, vocês estão no caminho certo!    E outra coisa, justificar seus atos tentando jogar o ônus em outros, é muito feio!  Até porque, o aumento de 68% para o funcionalismo público foi aprovado, também, durante aquela administração, e este eu não vi entrar em vigor.   Mas, não quero mais falar sobre esse assunto, até porque não demorará muito e ouviremos que este “aumento” já nos foi dado (vinte e poucos porcento nos últimos anos, mais uns oito porcento neste ano, uns seis no ano que vem... daqui uns 8 anos teremos tido os 68%).
            Agora, em relação à data-base, gostaria de dizer que muito mais importante do que tê-la e ter as “perdas” repostas, é ter aumento real no salário!    Infelizmente, nós, funcionários públicos municipais, não conseguimos nem mesmo repor essas perdas, aumento real então, nem se fala!
            Sei que a data-base é importante, mas tem gente “vangloriando” demais sobre o assunto.   Daqui a pouco ouviremos que a data-base, assim como a meia entrada para estudantes, foram obras de algum político local.    Me poupe!
            Agora, bom mesmo é não ter necessidade de data-base alguma – eu abriria mão da minha – olhem só os vereadores, seus salários subiram de uma única vez, aproximadamente, 60%.    Alguém acredita que o próximo aumento que eles “se darão” ficará abaixo de 10 %, acredita?
            Fico imaginando se, depois da estabilização da economia promovida pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso e o Plano Real, alguém que não seja da “classe política” teve aumento assim?!   Pois os Ministros, Senadores, Deputados, Prefeitos e Vereadores, esses tiveram!        Seus reajustes salarias nunca ficam na casa de 1 dígito, só os nossos!   Aí, eu pergunto: o importante é ter data-base?
            Eu quero até aproveitar o momento e pedir a algum de nossos ilustres vereadores que tentasse propor uma lei que limitasse o teto de seus salários ao valor pago a um professor da rede municipal com carga completa.    Ou seja, nenhum vereador poderia ganhar mais do que ganha um professor com carga de 40 horas semanais.    Eu sei que isso não seria justo, pois os professores trabalham muito mais, mas seria uma maneira de fazermos com que seus salários ficassem atrelados aos nossos, talvez, assim, tivéssemos uma chance de conseguir aumentos reais.
            E aí, algum vereador quer “abraçar” a minha ideia?   Não precisa ser decisão unânime, se a lei for aprovada, ficaremos satisfeitos.   Então, quem se habilita?   Estamos esperando!

LRDantas

quinta-feira, 24 de março de 2011

Na contramão do Mundo

                                        

            Todos têm acompanhado os tristes acontecimentos ocorridos no Japão.     Países de todos os continentes passaram a rever os seus programas nucleares, todos, menos o Brasil!
            Nossa presidente já disse que “não haverá mudança no programa brasileiro”, e, em breve, teremos mais usinas nucleares.
            Que o Japão tenha construído 52 usinas dá até para entender, pois eles não têm condições naturais que viabilize outros meios para a produção de energia, como através de hidroelétricas ou usinas eólicas.           Mas o Brasil?!
            As nossas usinas nucleares, Angra I e II, produzem, juntas, 2,5 % do total da energia gerada pelo país.  Se o governo, que adora a política de “bolsas”, criasse a “bolsa iluminação”, que distribuiria lâmpadas econômicas às famílias carentes e, concomitante a isso, proibisse a produção das lâmpadas incandescentes e retirasse todos os impostos que incidem sobre as econômicas.   A economia total de energia, estimada, seria de aproximadamente 3,5 %.   Ou seja, bastariam algumas atitudes do governo para que deixássemos de necessitar desta bomba relógio chamada usina nuclear.  E, se eu, um simples professor de matemática, sou capaz de perceber isso, por que os nossos governantes não são?!    As  únicas conclusões a que consigo chegar são:
  • Cada usina construída custa bilhões;
  • Elas são feitas por empreiteiras, que são as maiores doadoras para companhas políticas;
  • Cada usina traz, também, cargos para serem ocupados, muitos cargos!
  • Depois de construídas, toda usina arrecadará dinheiro, que será administrado pela “base aliada” de qualquer governo.
            Percebam as razões pelas quais nada muda nesta país.    Nem sempre o que é melhor para a população é o que conta, pois “eles” têm que pensar nas campanhas, nos partidos que apoiam, nos cargos que serão criados, na distribuição destes cargos, nos Ministérios/Secretarias que serão “distribuídos”, são muitos os interesses inclusos.
            É um imenso bolo do qual todo mundo quer um pedaço.    Já nós, população, somos quem sustenta essa farra toda.    E, às vezes, como na Roma Antiga, somos agraciados com “pão e circo”. Financiar o carnaval de rua é um bom exemplo disso!

LRDantas

terça-feira, 15 de março de 2011

A difícil posição de "vidraça"

           Acessando notícias antigas no site deste jornal, deparei-me com uma que foi publicada em 2008 e que falava sobre o resultado da votação referente ao aumento de 68% para os funcionários públicos.   Foram a favor vereadores que  fazem parte da atual câmara.   Pois bem, resolvi vasculhar mais notícias e descobri que em 2008, um dos vereadores que pertence ao partido do atual prefeito, chegou a fazer, em plenário, um discurso dizendo-se contrário ao aumento que estava sendo proposto para os seus próprios salários, que passaria de R$ 2.100,00 para R$ 3.500,00.  É lógico que o aumento foi aprovado!
            No último dia 28/02, na sessão realizada na câmara municipal, o representante da oposição sindical falou sobre o prometido aumento de 68 %, estavam presentes, dentre outros, o mesmo vereador que faz parte da atual administração e que, no passado, votou a favor do aumento, mas que desta vez, não proferiu uma palavra se quer!
            Fiquei pensando na demagogia, para não dizer hipocrisia, usada na política.         E no como é fácil ser “pedra” e difícil ser “vidraça”!
            Outro pensamento que me ocorreu foi: um vereador que faz um discurso “demagogo” mostrando sua “indignação”, seu “voto contrário” à aprovação de um aumento no seu próprio salário, será que ele devolve a diferença ou faz alguma doação com ela?
            Por quê estou falando sobre isso?
            É que no último dia 21/02, os vereadores, por unanimidade, aprovaram a criação de novos cargos para satisfazerem às suas necessidades.    E percebi que muitos ararenses se indignaram por ter sido o resultado unânime.            Mas vejam bem, que diferença faria se a votação não fosse unânime, mas o resultado fosse o mesmo, ou seja, a aprovação?
            Será que não teríamos, novamente, apenas presenciado algum vereador fazendo os famosos discursos hipócritas, do tipo: “sou contra”, “é inoportuno”,..., mas que depois desfrutaria do resultado juntamente como os demais?
            Entre a hipocrisia de discursos fajutas e a honestidade inescrupulosa de votação vergonhosa, eu prefiro a “honestidade”!  Mas e você?
            Já em relação aos 68 % de aumento, algumas indagações: Não foi uma reivindicação da oposição na época, oposição esta que hoje administra a cidade?! Então, cadê os discursos inflamados?  Cadê as explicações de que era possível? Cadê o dinheiro? Cadê o aumento?... Cadê???

LRDantas

sábado, 5 de março de 2011

Inclusão escolar dos portadores de necessidades especiais


           Muito se tem falado sobre a inclusão escolar, mas nem todos gostam do assunto, que é polêmico e difícil de ser tratado.
            Gostaria de deixar bem claro que as coisas que escrevo aqui expressam apenas uma reflexão minha sobre o assunto.
            Fazendo um retrocesso histórico sobre o tema: pessoas deficientes.  Na Roma Antiga, crianças deficientes eram jogadas no esgoto; nos Estados Unidos, a educação inclusiva teve início devido ao grande número de soldados que voltaram mutilados do Vietnã; a Assembléia Geral das Nações Unidas recomenda que: “quando for pedagogicamente factível, o ensino de pessoas deficientes deve acontecer dentro do sistema escolar normal”; no Brasil, a Constituição garante o atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino, já o Estatuto da Criança e do Adolescente proclama as escolas regulares como o meio mais eficaz de combate à discriminação e  a LDB 9394  aponta que a educação dos portadores de necessidades especiais deve dar-se preferencialmente na rede regular de ensino.
            Lembrando que existem vários tipos de deficientes: físico, auditivo, visual, mental,..., e acho que a inclusão não deveria ser tratada de forma igual para todos os casos, até porque o sistema regular de ensino não está preparado para lidar praticamente com nenhum deles.     Agora, partindo do pressuposto que as escolas regulares estivessem preparadas para recebê-los, a decisão de qual seria o melhor lugar para matricular o aluno, deve ser dos pais!
            Minhas dúvidas, como professor, são: Quando você tem os dentes tortos, você procura um dentista comum ou procura um ortodontista?  Quando você tem um problema no coração, você procura um clínico geral ou procura um cardiologista?       Se você for diagnosticado com câncer, irá procurar um pediatra ou procurará um oncologista?            Ou seja, se você tem um problema na coluna, você procura um ortopedista; se você tem um problema visual, procura um oftalmologista; se tiver um problema no ouvido, nariz ou garganta, você, certamente,  procurará por  um otorrinolaringologista.            O que eu estou querendo demonstrar é que os melhores resultados só são obtidos quando tratados por especialistas em suas áreas.      Salvo raras exceções, cada tipo de deficiência deve ser tratada por um especialista, ou seja, as escolas devem ser diferenciadas para melhor atender sua clientela, não serem transformadas em “modelos únicos”, onde um único tipo de escola serve para todos os tipos de pessoas.            Deveríamos pensar em criarmos escolas especializadas para cada tipo de realidade, para cada tipo de inteligência, para cada tipo deficiência, para cada tipo de comunidade,..., não irmos no sentido contrário disso.            Outra coisa, esses alunos de inclusão não são diferenciados pelo sistema, mas o governo coloca as escolas técnicas do estado como sendo as melhores, pois apresentam os melhores resultados nos mais diversos sistemas de avaliações.  O que ninguém fala é que seus alunos são selecionados, já que tiveram que passar por uma prova para conseguirem a vaga, o que as tornam escolas “para os melhores”.  Outra coisa, há algum caso de inclusão nestas escolas?           Pensem nisso.

LRDantas

Ensino retroo


            Vivemos num mundo moderno, com um sistema educacional do passado.   Os governantes gastam bilhões de reais com reforço e recuperação de alunos.             Investimos um dinheiro absurdo para que nossos jovens consigam resolver coisas como uma equação logarítmica.
            Não seria mais fácil e barato se distribuíssemos calculadoras científicas e ensinássemos os nossos alunos a usá-las?
            Estamos no século XXI, vivendo em pleno “boom tecnológico”, e ao invés de ensinarmos o que fazer com o que já foi criado, queremos que nossos alunos continuem resolvendo os problemas como se vivessem na época em que estes foram descobertos.      John Neper (século XVI), foi quem publicou as primeiras tabelas de logaritmos que permitiam a simplificação de cálculos aritméticos complicados para a época, mas que hoje podem ser feitos em segundos por qualquer calculadora que custa menos que vinte reais.
            Alguém já sofreu lá no passado para que hoje possamos ter uma vida mais fácil!
            No ensino estamos usando o forno à lenha quando já existe o micro-ondas.
            Alguns defensores deste ensino arcaico dirão que é preciso saber como se faz, etapa por etapa, para só então usufruir da Sra. Tecnologia.    É o mesmo que dizer que só se deve utilizar o automóvel, depois de se aprender como funciona toda a mecânica do motor!         Convenhamos, o que importa mesmo é saber dirigir o veículo e conseguir chegar onde se quer chegar.
            Vamos parar de ensinar coisas que não têm necessidades de se aprender.
            De que adianta o aluno perder um mês escolar para aprender a resolver - como no passado - cálculos que ele poderia fazer em segundos com a calculadora, se no final ele não souber o principal: o que fazer com aquilo?
            Deveríamos investir nosso tempo ensinando-os para que servem, quando se usam e como se usam as coisas que eles estão aprendendo. Desta forma estariam aprendendo a raciocinar ao invés de decorarem passagens e fórmulas que muitas vezes não têm o menor sentido.    Teríamos, então, aulas menos monótonas e alunos mais interessados.
            Quando vamos ousar e mudar?        Quando vamos ter um ensino condizente com o mundo moderno? Quando vamos entender que aprender os números complexos não acrescentará nada na vida dos nossos alunos e que seria muito mais importante se eles aprendessem a lidar com o cartão de crédito?!

LRDantas