Estamos
a quase um ano das eleições, mas já dá para perceber pelas
“placas comemorativas” e “inauguração de fachada”, que a
campanha está a todo vapor.
É a
fase em que se inaugura tudo e, quando não se tem o que inaugurar, a
ordem é reinaugurar. Deus nos livre de criarem um novo cemitério
nesse período, pois, do jeito que as coisas estão, rezarão para
alguém morrer só para poderem inaugurá-lo. Acredito que, até o
próximo ano, ainda teremos as reinaugurações da Praça Barão, do
Ginásio de Esportes, da Avenida do Café, do Asilo,..., e não me
surpreenderá se resolverem promover a reinauguração da Tia Laura.
Infelizmente
a política incorporou um hábito que era muito comum na educação,
onde nem sempre o que importava era aquilo que o professor fazia, mas
sim aquilo que aparecia nas fotos. Recordo-me de uma escola onde
compraram mudas de hortaliças para serem plantadas na véspera da
visita do prefeito. As fotos ficaram lindas e o artigo no jornal
dizia: “Prefeito visita projeto horta da escola...”. Hoje, são
os políticos que pintam faixas, trocam placas, pintam fachadas e
reinauguram tudo, o que importa são as fotos!
E por
falar em fotos, vocês viram a foto da inauguração da nova fachada
do SAEMA? Patética, dava para ler no rosto do vereador presente,
no local, a frase: “o que eu estou fazendo aqui?”.
Com esse dinheiro todo para gastar – tanto que até metiam a mão e
demoraram para descobrir – não entendo como ainda lemos nos
jornais matérias dizendo: “moradores reclamam da falta de
médico”, “cinco carros foram furtados no fim de semana”, “
novo assalto a residência”, “pedestre é assaltado próximo ao
lago municipal”, [...] deve ser porque não sejam coisas que
realmente importem, pois com tanto dinheiro em caixa deveríamos ter
um sistema de saúde melhor, segurança ao caminharmos pelas ruas,
mas é isso o que acontece? Não!
E o que dizer da matéria divulgada por este jornal no dia 28 de
Julho, onde se lia: “Araras tem 36 moradores de rua”? Uma
cidade deste porte, com dinheiro “vazando” pelos departamentos,
certamente precisamos de muitas coisas, especialmente “vergonha na
cara”, mas não precisamos de mais “placas” nas praças,
cadeiras na câmara ou propagandas na TV. Por favor, gastem melhor
o nosso dinheiro.
Só para lembrar: grande parte dos professores trabalha nos três
períodos e ganha menos que um comissionado que, normalmente, nem
horário cumpre.
LRDantas
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