Quando
Gutenberg, na metade do século XV, criou a prensa e imprimiu as primeiras
folhas, deu-se o “big-bang” na maneira de como o mundo passaria a se comunicar. Embora tenha sido apenas no século XVIII
que os primeiros jornais tenham sido impressos, passamos a ter um “antes” e um
“depois” no mundo a partir daí.
A
imprensa passou a ter um papel fundamental nas sociedades e se fizermos uma
analogia com a medicina podemos notar que ela se compara facilmente a uma droga
medicamentosa; ou seja, na dose certa “cura” ou mostra os caminhos para “o
tratamento”, mas em doses erradas pode até “matar”.
Quem
não se lembra do caso ocorrido numa escola da cidade de São Paulo onde os
proprietários foram acusados de pedofilia, a imprensa divulgou o fato com tanto
“exagero” e “sensacionalismo barato” – para não dizer parcialidade – que a
população foi praticamente induzida aos atos de revolta que ocorreram, quando
destruíram toda a escola e agrediram os suspeitos. Depois, com as investigações, ficou provado
que as acusações eram falsas, mas os danos já haviam sido causados. Porém, essa mesma imprensa divulgou os
crimes de diversos governos, a fome na África, os crimes ambientais, a
corrupção, as descobertas da medicina, [...]. Ela derruba governos e também os elege, ela
manipula, ela erra, mas também acerta.
Tudo isso leva algumas pessoas a criticarem a liberdade que a imprensa
tem, mas não podemos deixar de ver a sua importância. Uma imprensa livre será sempre melhor do que
uma imprensa “amordaçada”. Nos países
com regime não democráticos é fundamental para a sua manutenção que a imprensa
não seja livre. Em Cuba, por exemplo, a
imprensa só publica os fatos positivos do governo e com isso ela acaba
exercendo um papel de “blindagem” da verdade real. E quando não se conhece a verdade não se pode
julgar o que é o certo ou o errado, ou o que é o ruim ou o bom. Algumas pessoas com visões “Maquiavélicas”
dizem que “os fins justificam os meios”, são as mesmas pessoas que permitem a
existência de “Fidéis”, “Chaves”, [...].
A
verdade é que a imprensa tem o papel de informar, mas não o de julgar. E seu poder é tão grande que muitos a
denominam de “o quarto poder”, cabendo a ela criticar, expor, denunciar,
fiscalizar, [...] os outros poderes.
Ela
deve ser como aquelas fotos colocadas nas embalagens de cigarro onde aparece
também a mensagem “causa câncer”. O que
você fará com aquela informação é problema seu, mas pensar na possibilidade de
viver numa sociedade onde “fumaríamos” sem o conhecimento do “mal inalado” é
algo inadmissível. Afinal, saber é bom,
transmitir é melhor, comunicar-se é necessário e informar-se é indispensável!
Existem
diversos tipos de imprensa: imprensa “amarela”, “marrom”, [...], mas nada pior
do que a imprensa “chapa branca”. É
sempre um motivo de preocupação quando vemos Governos (Federal, Estadual), ou
mesmo prefeituras, investindo “rios de dinheiro” com propaganda. Embora, por uma questão de “dimensões”, a
preocupação é maior quando prefeituras fazem isso, pois em cidades pequenas a
imprensa acaba sendo – algumas vezes – “dependente” desses
“investimentos”. E aí eu pergunto: dá
para ser imparcial? Por essa e por
outras razões dou os parabéns ao Jornal Tribuna do Povo, não apenas pelos 120
anos de história, mas pelos 120 anos de honestidade e compromisso com a
verdade. Um jornal que vende o seu
espaço, mas que não se vende.
Parabéns!
LRDantas
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